Sábado, 15 de Dezembro de 2007
Fazes parte da Lástima, a nova netlabel portuguesa, que defende a 'música livre'. Defendes a mesma posição?Acho que é assim que a música deve ser. Penso que quando isso acontece, assistimos a algo bonito. Confesso que para muitos é difícil perceber o motivo e mesmo seguir esse tipo de pensamento. Agora, há uma ideia pura por trás disto: eu gosto de música, faço-o por paixão e o objectivo é partilhá-la. Não há como enganar: se esse é o meu objectivo, tenho de mostrá-la gratuitamente. No meu caso, e tendo a hipótese de gravá-la de uma maneira gratuita, ainda mais se justifica que não peça nada em troca às pessoas. Só quero que a oiçam e que a partilhem com os amigos. No entanto, há uma maneira de compensar os artistas que se sentem atraídos por este ideal: é aparecer nos concertos. Para além de créditos de motivação, com uma quantia simbólica, através do pagamento de uma entrada ou da compra de um disco, conseguem compensar as viagens, por exemplo.
Qual a tua posição em relação aos downloads ilegais? Para onde achas que caminha a indústria musical? A sobrevivência dos artistas passará pelos concertos?
Como disse, muitos artistas já resolvem alguns problemas financeiros através dos concertos. E penso que esse deveria ser o caminho, mesmo não tendo a certeza do poderio cultural e financeiro de Portugal para 'patrocinar' algo do género. Partilhar a música e fazer o dinheiro nos concertos, consoante o interesse que cada banda desperta. Os downloads ilegais são um dos catalisadores do sucesso de algumas bandas. Por isso, penso que acabam por ser um mal necessário para algumas. O problema maior é da indústria, que não faz tanto dinheiro e não pode editar tantas bandas, segundo a própria. Mas acho que cada vez mais caminhamos para o que a Lástima e outras editoras vão fazendo. Parece-me que o formato CD vai desaparecer e que o mp3 dominará. O preço das músicas será inferior e penso que pouca gente voltará a comprar um disco inteiro. Penso que mais facilmente comprarão a música x ou y da banda que gostam.
Terça-feira, 14 de Agosto de 2007
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Eu acredito que a música é livre e vou continuar a procurar músicos que partilhem da mesma ideia. Pelo que me é dado a perceber, o mercado musical a que estamos habituados está a mudar, até porque a nova geração já nasceu com a partilha do mp3. Se vejo a música como uma arte e uma paixão, eu quero partilhá-la. Para mim é interessante chegar a milhares de pessoas que podem ouvir a minha música e o meu disco na íntegra em qualquer parte do Mundo."
(1) Azevedo Silva