Não sei. Creio que quero sair fora de meu mundo feliz. Descer aos abismos da estupidez, fealdade,torpeza, falta de fé e falsidade. Unir-me à vida dos perdedores mas sem pertencer a esse mundo e sabendo que sempre posso voltar a meu próprio mundo.
"Tenho que dizer, eu posso com muitos sentimentos por vez. Posso estar completamente feliz e dolorido ao mesmo tempo. As dúvidas da vida me consomem, e não me preocupa a morte. Esta combinação é possível se seu espírito é forte, se é robusto. Ou seja, para alguém que quer lutar até o final e é tão cínico como o rei de Sião.
Alguém como eu.
Sou assim, tenho essas dúvidas e sentimentos que mudam. Fui tão a fundo a ponto de dizer que esses sentimentos dirigem meu trabalho. Aparte isso, tropeço como todos. Procurando ver por que lado sopra o vento e assegurando-me em não tornar-me louco. Isso é tudo.
É um fenômeno estranho. Não guardo em segredo o facto de viver em Ostend. E as pessoas vêm e me incomodam de vez em quando. Alguns chegam até a tocar a campainha e pedir-me um autógrafo. Há ocasiões em que as mulheres pensam que quero foder com elas. Pessoas estranhas, visitantes estranhos.
Como ontem.
Três deficientes vieram ontem. Verdadeiros perdedores. E eram deficientes."
"Zoofilia (Zoo, 2006), do diretor Robinson Devor, é um claro caso em que a sinopse pode motivar uma ida aos cinemas pelos motivos errados. O documentário procura recriar os acontecimentos da noite de 2 de julho de 2005, quando um homem de Seattle foi deixado quase morto às portas de um hospital, com perfuração no cólon. Logo em seguida, os detetives descobriram, perto dali, uma fazenda vazia, onde um grupo secreto de zoófilos formado por homens vindos dos quatro cantos do planeta costumava manter relações sexuais com cavalos da raça garanhão árabe. Na fazenda, a polícia ainda descobriu centenas de fitas de vídeo com imagens registrando as experiências. Explorado pela imprensa de forma sensacionalista, o incidente chocou a sociedade.
O tema, apesar de bizarro, atrai todo o tipo de curioso. Para esses, a experiência pode não agradar. Zoofilia não investe no sensacionalismo barato de utilizar cenas de homens sendo sodomizados por cavalos vigorosos. Tirando duas cenas de sexo muito rápidas mostradas em uma distante TV, a abordagem é reflexiva. Devor utiliza atores personificando os envolvidos na tragédia: a vítima, os zoófilos e os policiais. No caso dos zoófilos foram usadas gravações com alguns dos envolvidos. Eles foram apelidados de Happy Horseman e H. A vítima de Mr. Hands.
Interessante que o cineasta não procura apontar culpados ou tratar o assunto como perversão de um bando de tarados que procura saciar seu apetite sexual com animais. Os zoófilos ganham uma voz ativa para explicar os motivos que os levam a esse tipo de relacionamento. Percebemos amor e não o simples sexo carnal e devasso. O contato intimo com os animais era terno e carinhoso. Chega a ser uma mistura de tristeza e emoção.
Esse grupo formado por homens de diversas nacionalidades descobriu sua afinidade por causa da internet. O documentário de Devor mostra que através da web homens que se sentiam deslocados no mundo, encontraram outros na mesma situação. Cenas de estradas desertas à noite funcionam como simbolismo para o estado de espírito dos zoófilos: homens em uma profunda e constante solidão.
Apesar dos cavalos serem o objeto de atração, outros animais também participavam dos encontros, como cabras, ovelhas e até cães. A cidade de Seattle era um porto seguro, pois o código penal do Estado de Washington não proíbia a zoofilia. Obviamente, depois do trágico incidente, a lei foi mudada.
O diretor desenvolve o tema usando granulações, 16 mm, preto e branco, entre outras técnicas com o intuito de provocar um debate sobre os limites impostos pela sociedade. Até onde vai a restrição do desejo humano. Se o cavalo consentia e participava, por que não? Vale dizer que os animais eram muito bem tratados e gostavam da companhia dos zoófilos. Ao mesmo tempo, seria essa prática uma afronta ao eqüino? Sendo um animal irracional, não estaria ele sendo abusado? A Associação de Proteção dos Animais também tem a oportunidade de participar do debate com as suas ponderações.
Visivelmente, Devor combina narrativa com documentário. A recriação de eventos misturados com cenas reais remete aos ótimos trabalhos realizados pelo cineasta Werner Herzog. A proposta estética de Devor utiliza seqüências sedutoras e oníricas, manipuladas para que o tema seja apresentado com um certo conforto para o espectador. Esse formato permite que o público não fique indignado. Esse jeito estilístico, em um primeiro momento, pode ser acusado de parcial. Mas como o assunto gera uma imparcialidade pelo público, talvez fosse a única maneira de Devor conseguir a atenção do espectador sem cair no ridículo ou no humor negro. Infelizmente o tabu social é maior que a discussão sobre a matéria.
No final, Devor mostra que a verdadeira vítima foi o cavalo envolvido na tragédia. E o algoz não foram os zoófilos, mas sim as autoridades. Com medo de que curiosos tentassem reviver a relação sexual com o garanhão, resolveram castrá-lo. Nunca um orgasmo resultou em tamanha injustiça." Não se deixe levar pela sinopse do filme
Nora-No, that's not it. I just feel like I have the worst luck in the world when it comes to men. I think I must be doing something horribly wrong, but I don't know what it is.
Vivien-What happened?
Nora-Oh, he has a girlfriend.
Vivien-Oh. You know, I can't quit thinking about how hard it must be for young women nowadays. I mean, on the one hand,the world is wide open to you. All the choices you want. I think there are too many choices, really. It just must be very confusing to try to find a path through all of that,especially with men, though you have had some very nice boyfriends.
Nora-I know...but that was college. I don't know what happened. I feel so closed off,so desperate to find someone to love.
Vivien-Oh, honey.
Nora-Even I can't stand the sight of my own desperation.
Vivien-Honey, hey,you know what? You're in a funk,that's all,and there's only one way to get out of a funk,and that is to engage. Even if you don't feel like it,just fake it. Just go out and get the highest heels in town and some new lipstick and go everyplace. Smile. Act like you're having the time of your life. But don't always go with married couples. You're never gonna meet anyone that way.
Cashback de Sean Ellis ,o prolongamento da curta-metragem de 2004 com o mesmo nome,que ganhou prémios em festivais de todo o mundo, em projecção amanhã no Príncipe Real pelas 21h,na abertura do projecto Cine-lençol, uma iniciativa do MAL (Movimento Acorda Lisboa).