Quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2008
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Nos dias que correm, são cada vez mais as bandas e editoras que remetem para segundo plano a tarefa de promoção, esquecendo que ela é tão importante como o acto de gravar ou de afinar uma guitarra. A banda ou editora só é alguém se se der a ver. Se disser que existe.Se por um lado a net veio facilitar a forma de dar a conhecer música, por outro tornou o contacto com o meio musical de tal maneira frio que até constipa.Hoje é com a maior das naturalidades que se envia um mail dizendo: “somos a banda x, para nos conhecer e se queres passar música nossa no teu programa vai sacar o nosso som ao MySpace ou à nossa página”. Por vezes, e até parece mentira, nem a morada da página indicam."
[1] Nuno Ávila
"O MySpace está a transformar-se numa estrutura demasiado pesada e confusa e começa a ter problemas, nomeadamente com o spam e a agressividade publicitária e pornográfica. O pior mesmo é que tornou algumas bandas preguiçosas. Dantes, o pessoal queria a toda a força criar um site e personalizá-lo; depois apareceu a facilidade de se ter um blog, com a interactividade que eles possuem, fruto também do desenvolvimento das linguagens dinâmicas e do software do lado do servidor; agora, um espaço no MySpace cria-se em 5 minutos e as bandas dizem logo que já “têm um site”. Com isso, muitas bandas dão por concluídas as acções de promoção. Põem umas músicas, mandam uma mensagem genérica a toda a gente a dizer que têm lá músicas e está feito(...) O pessoal com o MySpace acha que não precisa de bulir mais e nem quer saber de rádios para nada."[2]
Manuel Melo
Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2007
"Bem, qualquer programador de jazz a nível mundial gostava de trazer aquele trio (William Parker, Matthew Shipp, Guillermo E. Brown). É importante dizer isto, sem medo nenhum. Quer dizer, tanto o baixista, o baterista ou o pianista, na sua arte, cada um deles está no top 5 com uma forma única de tocar. Se foi uma escolha hedonista... não o considero, não o considero. Acho que foi tentar oferecer às pessoas, oferecer por 12 euros, o melhor... A Jazz Session faz concertos, sejam nacionais ou internacionais, com outra norma: tem que ser bom aqui como em Tóquio. Não interessa o factor geográfico. Nós trazemos coisas que apontam pontos de viragem na música, e esse trio foi uma dessas coisas. Obviamente que me deu um orgulho do tamanho do mundo. Infelizmente, eu fico um bocado triste de os amantes do jazz não se aperceberem do que perderam. Ou de algum público dizer: eh pá, é a pagar, não vou. Eu pergunto aos experts e aos entendidos onde é que vão ver um concerto, escolham qualquer cidade do mundo, (onde) vejam um concerto daqueles por 12 euros. Eu pago o bilhete de avião, para essa mesma cidade, ida e volta!"
[F]
Ainda sem podcast...
Quinta-feira, 29 de Novembro de 2007
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...Nessa altura não havia auto-estradas para Lisboa, passavas 5 horas, depois de 5 horas chegavas aqui, apanhavas um táxi, tinhas que comer qualquer coisa, e depois tocar a noite toda, alugar uma pensão ou dormir na casa de alguém... Quer dizer, isso são tudo histórias que te fazem tocar, isso é que te faz tocar. Se ficares à espera de comprar o livro xpto, que é a fórmula de conquistar o mundo, isso não vai acontecer."
Terça-feira, 26 de Junho de 2007
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A filosofia aqui em Barcelos ainda é muito popular – para não dizer parola – e um programa como o “Sinfonias de Aço” é algo que fez confusão a muita gente. Aliás, a maior confusão acho que nem foi o facto de o programa ter este modelo; a confusão foi mesmo ele ser UM programa. A ideia que o pessoal tem de programa é cruzar um molho de discos num determinado espaço horário e dar um nome a esse espaço. Isso é que é um programa. Ou seja, um programa de música brasileira é passar uma ou duas horas a meter música brasileira e mais nada. Se aparece um cromo a fazer um programa de música portuguesa a dar notícias, agenda de concertos, entrevistas, etc., isso já é muita confusão para tantas “estrelas cintilantes” da rádio, habituadas que estão a não fazer nem 10% do trabalho e a serem pagas por isso. O “Sinfonias de Aço” nunca foi pago e representou sempre um encargo para o seu autor, outra coisa que fez imensa confusão aos “profissionais”. Enquanto que eles são chulos da rádio e só a fazem para ganhar dinheiro, eu faço rádio porque gosto de rádio. E sou o último dos moicanos em Barcelos. Não há mais ninguém a fazer rádio gratuitamente."
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O MySpace está a transformar-se numa estrutura demasiado pesada e confusa e começa a ter problemas, nomeadamente com o spam e a agressividade publicitária e pornográfica. O pior mesmo é que tornou algumas bandas preguiçosas. Dantes, o pessoal queria a toda a força criar um site e personalizá-lo; depois apareceu a facilidade de se ter um blog, com a interactividade que eles possuem, fruto também do desenvolvimento das linguagens dinâmicas e do software do lado do servidor; agora, um espaço no MySpace cria-se em 5 minutos e as bandas dizem logo que já “têm um site”. Com isso, muitas bandas dão por concluídas as acções de promoção. Põem umas músicas, mandam uma mensagem genérica a toda a gente a dizer que têm lá músicas e está feito(...) O pessoal com o MySpace acha que não precisa de bulir mais e nem quer saber de rádios para nada. Não sabem, mas estão enganados. Ou então estou eu." Manuel Melo